P E R S P E C T I V A S

Para uma crítica do Conhecimento nas sociedades pós-modernas

2.3.06

Esboço-modelo de um projecto de investigação social

Título: Projecto de pesquisa acerca do papel das associações de imigrantes enquanto mediadores sócio-culturais na criação de novas abordagens políticas, atitudes e valores dos portugueses perante a imigração e a integração de minorias étnicas na sociedade portuguesa.

  1. Índice
  2. Nota prévia
  3. Esquema do projecto
  4. Sumário
  5. Apresentação do assunto
  6. Introdução
  7. Tema
  8. Delimitação do tema
  9. Definições operacionais ou Palavras-Chave
  10. Problema de pesquisa
  11. Hipóteses
  12. Significado ou Pertinência do Estudo
  13. Objectivos
  14. Justificação
  15. Fundamentação teórica
  16. Metodologia da pesquisa
  17. Plano de Acção
  18. Cronograma
  19. Custos
  20. Campo de Observação
  21. Amostragem e Representatividade Qualitativa
  22. Recolha de Dados
  23. Análise dos resultados
  24. Conclusões
  25. Bibliografia
  26. Anexos
  27. Glossário

Nota Prévia

Projecto, do latin pro-jicere, significa, literalmente, colocar adiante. Como tal, a elaboração de qualquer projecto depende de dois factores fundamentais: a capacidade de construir uma imagem mental de uma situação futura, e ainda da capacidade de conceber um plano de acção para ser executado num determinado tempo e que permitirá a sua realização. Portanto, o projecto elabora-se a partir de uma ideia, segue uma organização, e tem a missão de anticipar o trabalho definitivo. Desta forma, o projecto é pois uma das etapas do processo de elaboração, execução e apresentação da pesquisa. Esta necessita ser planeada com extremo rigor, caso contrário o investigador, em determinada altura, encontrar-se-á perdido num emaranhado de dados recolhidos, sem saber como dispôr dos mesmos ou até desconhecendo o seu significado e importância. Portanto, numa pesquisa, nada se faz ao acaso. Desde a escolha do tema, fixação dos objetivos, determinação da metodologia, recolha dos dados, a sua análise e interpretação para a elaboração do relatório final (monografia, dissertação ou tese), tudo é previsto no projecto de pesquisa. Um projecto de pesquisa deve, portanto, responder às clássicas questões: o que fazer? Porquê? Para quê? Para quem? Onde? Como? Com quê? Quanto? Quando? Quem vai fazer? Ou seja, traçar um caminho eficaz que o conduza a atingir os objectivos a que se propõe. É no projecto de pesquisa que se deve delimitar o tema; formular o problema; enunciar as respostas; definir na visão global e abrangente, o que se pretende alcançar com a execução da pesquisa; fazer aplicação dos objectivos gerais a situações particulares; explicar os motivos que justificam a pesquisa, quer sejam de ordem teórica, prática ou social; descrever o campo de observação, as suas unidades observadas e as variáveis que interessam à pesquisa; no caso do recurso à amostragem, justificar e apresentar o modo como a amostra será selecionada e as suas características, bem como o local, as unidades de observação, e quais as variáveis que serão controladas, como serão controladas, e ainda qual o plano de experimentação que será utilizado; descrever o instrumento de pesquisa que vai ser utilizado, que informação se pretende obter com eles, e como é que o instrumento será usado ou aplicado para obter estas informações; quais as hipóteses estatísticas enunciadas; como é que os dados obtidos serão codificados; que tabelas serão feitas; que provas estatísticas serão utilizadas para verificar as hipóteses; em que nível de significância; a previsão sobre interpretação dos dados; definir o tempo que será necessário para executar o projecto, isto é, para realizar a pesquisa, dividindo o processo em etapas e indicando que tempo é necessário para realização de cada etapa; e prever os gastos que serão feitos com a realização da pesquisa, especificando cada um deles.

Esquema do projecto

Antes de mais, convém salientar que não existe um esquema uniforme, único e universal para todos os projectos. Pelo contrário, cada investigação é que irá ter um esquema próprio que é elaborado mediante as necessidades do pesquisador e das inerências da sua investigação. Como se compreenderá, são os diferentes ajustes que se podem fazer ao esquema que seguem as necessidades específicas de cada investigação. Contudo, convém sublinhar que um projecto de pesquisa é somente um esboço prévio de uma investigação, pelo que será acima de tudo um guia, um mapa de indicações sumárias, uma espécie de armazém vazio que será posteriormente preenchido com todo o trabalho efectuado na investigação. Em caso algum se pretende que seja um esquema rígido, normativo e inflexível, ao qual temos necessariamente de cumprir, mas também não o podemos deixar de parte a partir do momento em que começamos a ler a bibliografia ou recolher dados para a nossa investigação. O ideal é não cair em extremos: nem esquecer o carácter flexível do projecto de pesquisa, nem tomá-lo como algo absolutamente imutável, porque poderemos correr o risco de perder a imprescindível liberdade de escolha e actuação que é sempre tão importante em qualquer investigação. O esquema de projecto seguido para esta investigação, em termos gerais, foi o seguinte: a escolha de um tema de pesquisa e a formulação do problema de estudo; a justificação da importância deste estudo, contextualizando-o no espaço e no tempo; a construção de uma base teórica que fundamentem a investigação; a definição de objectivos gerias e específicos; a construção de um plano de trabalho e de uma metodologia adequada à observação dos objectos de estudo e à recolha dos dados pertinentes; a calendarização do estudo através de um cronograma e a respectiva análise das informações recolhidas num somatório global que aponte a conclusões e que lance algumas respostas ao problema inicial da investigação.

Sumário

O objectivo central desta pesquisa é o estudo do papel desempenhado pelas associações de imigrantes na formação de políticas de integração social, a sua influência na reestruturação das identidades e o seu impacto nas interacções sociais entre os indivíduos de minorias étnicas e os portugueses, enquanto membros da mesma sociedade. Os grupos sociais que se pretende estudar são constituídos por portugueses, indivíduos socialmente designados como negros, ciganos e imigrantes da Europa de Leste e que poderão ser percepcionados e configurados, de forma simultânea ou não, como categorias étnicas, sociais, rácicas, nacionais, etc. Importa neste estudo examinar a forma como os grupos em análise constroem o Nós, ou seja, como definem o seu Eu ou os seus vários Eu (grupos étnico, rácico, nacional, imigrante, etc.) e o que pensam da sociedade portuguesa, ou seja, como auto-definem os Outros (a maioria e outros grupos minoritários). Sendo a sociedade um espaço social e simbólico, e também um «espaço de diferença», pois é nesta que se expressam e se afirmam as identidades.

Apresentação do assunto

Como se significa no título, a ideia central que presidiu à sua concepção, realização e estudo é detectar as ideias e impressões que a população portuguesa e a imigrante têm uma da outra em vários aspectos das suas vidas. Os assuntos que irão ser aprofundados através deste projecto de investigação dizem respeito às acções que as associações de imigrantes desenvolveram na mediação das mudanças verificadas na situação social dos imigrantes e nas atitudes dos portugueses a seu respeito, analisando que perspectivas de inserção na sociedade portuguesa se lhes oferecem, designadamente em termos das suas relações efectivas de trabalho, familiares e culturais, e estabelecendo o confronto das respectivas representações e valores. Serão estudados ainda as relações entre o emprego/desemprego, a raça/etnia, a análise das barreiras que são colocadas às minorias étnicas; as características sócio-económico-culturais de cada grupo étnico; o estudo do modo como a localização espacial e socio-cultural das minorias étnicas influencia a criação de estereótipos, e as suas implicações políticas, económicas e sociais.

Introdução

Este estudo não pretende de todo ser um ponto de chegada, mas antes o início de um longo caminho a explorar em investigações futuras. De facto, o papel de mediação social efectuado pelas associações de imigrantes e de minorias étnicas trata-se de um fenómeno ainda pouco aprofundado. Com efeito, pouco se sabe sobre esta forma de comunicação dos indivíduos para as associações e das associações para a sociedade e, posteriormente, para a opinião pública. No entanto, sabemos que estas associações já ocupam um espaço relevante na sociedade, e dão forma a toda uma dinâmica de discursos políticos, comportamentos, atitudes, e valores que irão nortear e influenciar muito daquilo que é percepcionado pelos portugueses acerca da actuação dos seus membros na sociedade. Dada a posição social ocupada pelos grupos em análise, parece pertinente conhecer como é que estes se relacionam entre si e com os outros, sendo que através do contacto com as associações de imigrantes este processo de construção da identidade e da diferença pode ser melhor percepcionado. Numa perspectiva de aprofundamento e de aproximação ao «objecto real», procurar-se-á mobilizar uma pluralidade de técnicas: a análise documental, a análise estatística, a entrevista e a organização de grupos de discussão.

Tema

O papel das associações de imigrantes na sociedade portuguesa.

Delimitação do tema

O papel específico das associações de imigrantes reconhecidas pelo Estado português na criação de diálogos e acções integradoras dos seus membros na sociedade portuguesa, bem como na influência das abordagens políticas, atitudes e valores dos portugueses face à imigração, aos imigrantes e às minorias étnicas, na área metropolitana de Lisboa.

Definições operacionais ou palavras-chave

Todas as expressões ou termos de alguma forma considerados técnicos (não do conhecimento geral) que apareçam na definição do problema ou sub-problemas devem ser definidas, tal como o investigador as considerará no seu estudo. Qualquer termo ambíguo ou que tenha um significado especial no contexto desse estudo, ainda que de uso comum, deve ser clarificado. Definições operacionais, ainda que devam ser incluídas nos procedimentos, podem também ser explicadas nesta secção, se isso for considerado útil para facilitar a discussão do problema. Os termos escolhidos foram: integração social, imigrantes, relações inter-étnicas, identidades, cultura.

Problema de pesquisa

É o momento de definir uma problemática na qual o tema escolhido ganhe sentido. Desta forma, o problema que temos de investigar trata-se de averiguar em que medida a actuação das associações de imigrantes exercem, de facto, alguma influência nas atitudes, nos valores, no comportamento e na integração social dos seus membros, bem como na percepção geral do seu valor etno-cultural pelos portugueses; e se essa influência também é exercida ao nível dos discursos políticos das autoridades portuguesas.

Hipóteses

Temos de compreender as hipóteses como suposições formuladas pelo pesquisador a respeito de possíveis soluções para um problema colocado na pesquisa. Neste sentido, o uso do procedimento hipotético é fundamental para que a partir de sua formulação o pesquisador identifique as informações necessárias, evitando a dispersão e focalizando segmentos determinados do campo de observação. Na verdade, as hipóteses assumem um carácter de condutoras do pensamento. A hipótese é como uma preposição provisória, pressuposições que devem ser verificadas, extensões lógicas do conhecimento existente mas que ainda não foram verificadas. Não são conclusões declaradas previamente mas sim o resultado de uma cuidadosa revisão da literatura, que permite saber com rigor o que é conhecido acerca do tema em questão. De certa forma, as hipóteses são previsões plausíveis e como tal estão bastante relacionadas com a imaginação e a capacidade do investigador. Contudo, caso este não veja razão para predizer o produto final do seu estudo, deve omitir esta parte. Ainda assim, poderemos colocar desde já algumas hipóteses: hipótese 1: as associações de imigrantes influenciam os seus membros a identificaram-se com valores culturais colectivos e de pertença a uma minoria étnica específica, e influenciam em certa medida o poder político a adequar o seu discurso, bem como a responder aos seus problemas perante a sociedade portuguesa, que afirma uma determinada opinião com base nesta mesma influência. Hipótese 2: as associações de imigrantes apesar de exercerem uma influência social e etno-cultural nos seus membros, não influenciam os discursos políticos das autoridades portuguesas, nem as opiniões dos portugueses. Hipótese 3: as associações de imigrantes exercem a par de uma grande influência nos valores e atitudes dos seus membros, determinadas mudanças nas lógicas de pensamento dos portugueses e da sua percepção acerca das minorias étnicas.

Significado ou Pertinência do Estudo

O presente trabalho objectiva verificar a realidade social da temática das relações inter-étnicas num contexto urbano, expondo de uma forma clara o papel desempenhado pelos diferentes actores das associações de imigrantes e do tecido social português, e ainda suscitar algumas questões que muitas vezes se evitam falar na sociedade portuguesa, como o racismo, a influência dos grupos étnicos nos poderes políticos, ou ainda os sentimentos que os indivíduos nutrem entre si face ao que é diferente. A sua originalidade quando comparada a outras pesquisas nasce da sua abrangência, multidisciplinaridade e carácter eminentemente social. Daí a sua importância, ainda para mais numa época em que a globalização exerce o crescimento de novas redes de contacto e de relações sociais entre diferentes pessoas, com diferentes crenças religiosas, culturas, valores e atitudes, num ambiente muitas vezes forçado ou de potencial tensão social. Vejamos o que se passa actualmente em França. A pertinência deste estudo justifica-se na sua capacidade de, sustentada em bases científicas e com dados legítimos e fidedignos, poder deixar algumas propostas de actuação com vista ao melhoramento das relações sociais e do desenvolviemnto da sociedade portuguesa. O método que utilizamos foi a Investigação Qualitativa, visando uma descrição fiel da realidade existente.

Objectivos

Devemos expôr a indicação do que se pretende alcançar com a pesquisa a ser realizada. Assim como nas demais partes do projecto, deve-se expor os argumentos com clareza e de maneira encadeada. Com este estudo pretendemos aprofundar a pesquisa do fenómeno das relações étnicas em contextos urbanos, visando o objectivo de perceber quais as razões que fomentam a criação e a procura de associações de imigrantes em Portugal, assim como estabelecer um breve perfil dos seus membros, e padrões de opinião por parte dos portugueses. Procura-se igualmente, através destas abordagens, apreender a dinâmica e a complexidade dos fenômenos sociais em seu contexto natural, apresentando-se como alternativa para a rigidez, a fragmentação e o distanciamento entre pesquisador e objectos pesquisados.

Justificação

A justificação deve conter a motivação (a da relevância do problema e não a de ordem pessoal) para a realização da pesquisa. Trata-se da questão da relevância. Das razões de ordem prática e ou teórica que justificam a realização da pesquisa. Através da justificação, o pesquisador convencerá ou não da importância ou necessidade do projecto.Quer sejam de ordem pessoal ou práctica, social e científica ou teórica, este projecto de pesquisa pretende acima de tudo demonstrar os resultados prácticos do seu trabalho. Tal como a sua aplicação ou utilidade potencial dos resultados obtidos, o seu significado será julgado principalmente pelo grau em que o projecto ultrapasse os limites do conhecimento actual ou teste de forma inovadora os resultados de outros estudos. Isto implica naturalmente um claro domínio do conhecimento relativo ao assunto. Por esta razão esta secção deve ser finalizada após a revisão da fontes literárias e bibliográficas, e deverá responder à questão: «Porque deve este estudo ser realizado e deverá ou não (sim na maioria dos casos) incluir informação documentada que saliente a sua necessidade, directa ou indirectamente».

Fundamentação teórica

Uma das etapas mais importantes de um projecto de pesquisa é a fundamentação teórica ou revisão de literatura. A revisão de literatura refere-se à fundamentação teórica adoptada para tratar o tema e o problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada podemos traçar um quadro teórico e elaborar a estruturação conceptual que dará sustentabilidade ao desenvolvimento da pesquisa. A revisão da literatura e fundamentação teórica resultará de um processo de levantamento e análise do que já foi publicado sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos. Permitirá um mapeamento de quem já escreveu e o que já foi escrito sobre o tema e/ou problema da pesquisa. O projecto de pesquisa deve estar articulado dentro de uma determinada realidade com um quadro de referência teórica que é adaptado de acordo com o sector em que se dá a pesquisa. Mas a finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de factos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de um carácter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo que serve de base à interpretação do significado dos dados e factos recolhidos. As informações devem, portanto, ser interpretadas à luz de uma determinada teoria. Os fundamentos teóricos sustentarão o problema de pesquisa. Não se trata de elaborar todo um novo modelo teórico, com todos os detalhes e construções que isso implica, mas antes de informar os leitores acerca das bases conceptuais em que nos inspiramos, dos seus autores, teorias e preposições gerais dentro da qual situaremos a nossa investigação. Neste caso, e devido às próprias contigências deste trabalho académico, não iremos enunciar uma extensa formulação teórica, mas simplesmente enquadrar este pequeno projecto de investigação no paradigma teórico da investigação construtivista (também denominado naturalista ou hermenêutico). Este paradigma baseia-se no conhecimento que nos ajuda a manter a vida cultural, a nossa comunicação e significado simbólicos. Forjado pela metodologia qualitativa cuja lógica segue um processo circular que parte de uma experiência, e trata de interpretrar no seu contexto os diversos pontos de vista dos implicados. Não se buscam verdades últimas e sim relatos. O desenho da investigação é aberto à invenção, à obtenção de dados, ao descobrimento, à análise e à interpretação, ficando caracterizado do ponto de vista oncológico, por um relativismo derivado das realidades construídas em contextos concretos. Vê o significado surgindo no processo de interacção entre pessoas. O significado de uma coisa cresce dos modos como outras pessoas actuam em relação à pessoa que vê a coisa. O interaccionismo simbólico vê os significados como produtos sociais, e consiste de três premissas básicas: os seres humanos agem para com as coisas na base dos significados que as coisas têm para eles; estes significados são o produto de interacções sociais na sociedade humana; estes significados são modificados e manipulados através de um processo interactivo que é usado por cada indivíduo ao lidar com os signos que encontra. Uma perspectiva fenomenológica é diferente de abordar o comportamento humano com o objectivo de procurar factos e causas. Requer antes tomar em conta a existência de perspectivas divergentes sobre as situações e reforça a uma compreensão interpretativa da interacção humana. Os fenomenologistas não assumem que sabem o que as coisas significam para as pessoas que estão a estudar. A fenomenologia começa com o silêncio. Os fenomenologistas realçam os aspectos subjectivos do comportamento das pessoas, tentam entrar no mundo conceptual dos seus sujeitos para compreender qual o significado que constroem em torno dos acontecimentos das suas vidas diárias. Acreditam que múltiplas formas de interpretar experiências estão disponíveis para os seres humanos e que a realidade é constituída pelo significado das nossas experiências. A realidade é pois socialmente construída.

Metodologia da pesquisa

Nesta etapa deve-se mostrar como será executada a pesquisa e o desenho metodológico que se pretende adoptar: será do tipo quantitativa, qualitativa, descritiva, explicativa ou exploratória, será um levantamento, um estudo de caso, uma pesquisa experimental, etc. Ou seja, o investigador apresenta, de forma detalhada, os procedimentos metodológicos que irá empregar no processo de estudar o seu problema. A estrutura pode assentar nos sub-problemas, nas hipóteses a testar, ou simplesmente representar os passos necessários apresentando-os de forma cronológica. Qualquer que seja a estrutura escolhida, os seguintes aspectos não devem ser esquecidos: nem todos os projectos envolverão todas as partes indicadas e alguns incluirão mesmo tópicos aqui ignorados. Actualmente, há uma grande variedade de pesquisas que recebem a denominação de qualitativas: naturalistas, pós-positivistas, antropológicas, etnográficas, estudos de caso, hermenêuticas, fenomenológicas, ecológicas, construtivistas. Talvez a utilização do termo qualitativa não seja um qualificativo adequado para designar tais modalidades de pesquisa visto que as pesquisas ditas quantitativas também analisam qualidades dos seus objetos de estudo. Na falta de condições, no momento, de selecionar uma denominação mais adequada ao que se conhece como pesquisa qualitativa, optei por apresentar os argumentos daqueles que buscam defender a singularidade deste tipo de pesquisa em relação à outros. Stake (1983) menciona a importância em distinguir as abordagens quantitativa e qualitativa de pesquisa afirmando, todavia, que todos os pesquisadores quantitativos fazem discriminações qualitativas, assim como todos os pesquisadores qualitativos descrevem importantes quantidades em seus relatos. Segundo ele, e corroborado por Alves (1991), a diferença reside numa questão de ênfase que as pesquisas quantitativas e qualitativas conferem aos aspectos dos objetos investigados. Caracterizam a pesquisa quantitativa por extrair dados de um grande número de casos sobre um pequeno número de variáveis confrontando-a à pesquisa qualitativa que obtém dados de um pequeno número de casos sobre um grande número de variáveis. Na pesquisa qualitativa enfatiza-se a compreensão da singularidade e a contextualidade de factos e eventos. No entanto, Stake esclarece que esta não é uma distinção fundamental. A distinção mais importante é de natureza epistemológica entre as generalizações que os dois tipos de pesquisa proporcionam. Para este projecto de pesquisa, a metodologia utilizada foi então a da Investigação Qualitativa, porque nos permite a descrição e a compreensão interpretativa na recolha e análise dos dados dos actores intervenientes, na medida em que integram acontecimentos, eventos implícitos e verbalizados: percepções, representações, opiniões, discursos, gestos, práticas, experiências, etc. As técnicas utilizadas foram: observação directa e participante. Este tipo de observação é um método que determina que o investigador realize observações fazendo parte de um grupo ou de uma organização. O investigador insere-se no contexto do tema que vai estudar. As técnicas específicas utilizadas serão numa primeira fase as conversas informais, que serão importantes para os primeiros contactos de modo a estabelecer uma empatia, com o intuito de promover a cooperação e participação dos indíviduos observados no nosso trabalho. Usaremos também estudos de caso individuais, de instituições, de observação e de histórias de vida já realizados. Quando o foco da pesquisa é algum problema ou questão específica, procede-se à recolha e análise dos dados a fim de desenvolver um modelo descritivo que englobe todas as instâncias do fenómeno: depoimentos pessoais, entrevistas não-estruturadas ou semi-estruturadas (individuais ou coletivas), análises de discursos, análises documentais, isolados ou nas mais diversas combinações. Chizzotti (1991) afirma que o pesquisador mobiliza a acuidade inventiva, sua habilidade artesanal e sua perspicácia para elaborar a metodologia da pesquisa, "(...) o que não quer dizer que outros métodos, inclusive quantitativos, não possam ser usados" (Alves, 1991, p.60). O nosso suporte será pois da análise documental, das análises estatísticas, das entrevistas, dos questionários, das filmagens e gravações sonoras. Nas metodologias qualitativas, os sujeitos de estudo não são reduzidos a variáveis isoladas ou a hipóteses, mas vistos como parte de um todo, em seu contexto natural, habitual. Considera-se que ao reduzir pessoas a agregados estatísticos, perde-se de vista a natureza subjetiva do comportamento humano. Há uma possibilidade de conhecer melhor os seres humanos e compreender como ocorre a evolução das definições de mundo destes sujeitos fazendo uso de dados descritivos derivados de registros e anotações pessoais, de falas de pessoas, de comportamentos observados. Com estas características, a metodologia qualitativa tem-se apresentado como uma modalidade de pesquisa extremamente útil para a psicologia, visto que permite o estudo de conceitos relativos a sentimentos, emoções (dor, sofrimento, beleza, esperança, amor) da forma como são experienciadas pelas pessoas. Segundo Chizzotti (1991, p.80), «a pesquisa não pode ser o produto de um observador posicionado fora das significações que os indivíduos atribuem aos seus actos; deve, pelo contrário, ser o desvelamento do sentido social que os indivíduos constroem em suas interações quotidianas». Em suma, a metodologia mostra os caminhos a serem adotados para a solução do problema. É através dela que se avalia o conhecimento técnico que o pesquisador tem para executar o projecto de pesquisa. Nos métodos qualitativos, o pesquisador é necessariamente envolvido na vida dos sujeitos, visto que seus procedimentos de pesquisa baseiam-se em conversar, ouvir, permitir a expressão livre dos interlocutores. Tais procedimentos acabam por resultar num certo clima de informalidade e o simples fato dos sujeitos poderem falar livremente a respeito de um tema sem que um roteiro pré-estabelecido ou questões fechadas lhe tenham sido impostas, colabora para diminuir o distanciamento entre pesquisador e pesquisados. Esta proximidade exige que o pesquisador esteja autoexaminando-se constantemente, para não perder de vista o sentido inicial da pesquisa e para que consiga conduzir os encontros com os indivíduos pesquisados na direcção das respostas procuradas. Entre as habilidades necessárias para quem conduz este tipo de pesquisa, podemos enumerar a atenção ao fenômeno estudado, a capacidade para ouvir, a aquidade para efectuar observações, a disciplina para efectuar registos, organização para armazená-los e classificá-los,a capacidade para realizar sínteses,a habilidade para colocar-se na perspectiva do outro como forma de facilitar a comunicação e conseguir colaboração, a paciência e perspicácia para captar nos acontecimentos da vida diária os aspectos que trarão a compreensão desejada daquilo que se está a estudar. Talvez a habilidade mais difícil de desenvolver é a de compreender o contexto onde a pesquisa será realizada, suas estruturas de poder, suas redes de comunicação, seus valores e símbolos, controlando a ansiedade de intervir sobre este contexto. Bogdan & Taylor (1975) sugerem que o pesquisador olhe para o fenómeno de uma forma aberta, ou seja, como se o visse pela primeira vez, como se nada soubesse sobre ele, como se estivessem sendo apresentados um ao outro. A relação entre pesquisador e pesquisados é dinâmica e constante durante todo o processo de pesquisa. No entanto, podemos sempre pôr toda esta metodologia em questão, e procurar novas formas de aceder a informações. Senão vejamos esta exposição de Allan Kellehear:

(...) “existe hoje, nos círculos das ciências sociais uma singela e persistente crença de que o conhecimento acerca das pessoas fica disponível através de uma simples pergunta. Interrogamos as pessoas acerca delas próprias e elas respondem; supõe-se que importantes verdades acerca das pessoas são obtidas da melhor forma através da conversa, interrogando-as umas vezes directa, outras vezes subtilmente acerca das suas experiências, atitudes e crenças. O problema com este pressuposto é que aquilo que se ganha «perguntando simplesmente» é muitas vezes moldado pela dinâmica que envolve a interacção entre o investigador e o investigado. Isto é assim porque o acto de obtenção de dados dos respondentes ou informantes pode ele próprio afectar as característicos das respostas obtidas. Uma consequência disto pode ser uma necessidade de realizar a «interrogação das experiências, atitudes ou crenças» de outras maneiras menos directas. (…) As medidas não interferentes são não recativas no sentido em que se presume que evitam problemas causados pela presença do investigador.(…) Por outras palavras, as questões acerca das experiências, das atitudes e das crenças podem ser respondidas com tanta eficácia observando o que as pessoas fazem, observando evidencias físicas de vários tipos ou fazendo registos escritos ou falados como levando a cabo entrevistas e questionários(…) Deve-se chamar a atenção dos investigadores sociais para a necessidade de pensarem criativamente as fontes e o uso dos seus dados. (…). As entrevistas e os questionários introduzem-se como um elemento estranho no seio do contexto social que pretendem descrever, refazem atitudes, suscitam desempenhos, respostas atípicas, restringem-se àqueles que são acessíveis e cooperam, e as respostas obtidas são produzidas em parte por dimensões respeitantes a diferenças individuais irrelevantes para o tema abordado. As entrevistas e os questionários criam atitudes em parte porque os respondentes tentam geralmente suscitar impressões de si próprios de molde a manter o seu estatuto aos olhos do entrevistador (...) a participação num estudo pode mudar as atitudes e o comportamento daqueles que estão a ser estudados. (…) Os métodos não interferentes são recomendáveis enquanto maneiras de produzir dados complementares aos obtidos pelos métodos de recolha directa, mas com diferentes vantagens e inconvenientes. Pode argumentar-se que estes métodos são valiosos em si mesmos porque encorajam abordagens divertidas e criativas dos dados. (…). Aquilo que isto implica é uma postura eclética, para não dizer ecuménica, relativa à recolha de dados. Os cientistas sociais podem encontrar fontes de dados úteis derivando-os de outras tradições metodológicas. Os dados que consistem em traços físicos requerem que se pense como um cientista forense. Os métodos de captação de dados reflectem as sensibilidades do etólogo. A pesquisa documental a justa-se às visões dos estudos historiográficos e culturais. Todas estas coisas devem ser parte do reportório metodológico normal do cientista social.(…). Não é obrigatório para os métodos não interferentes que os dados falem por si próprios, mas existe uma preferência por dados que falem sem nada sugerirem. (…). Cada vez mais a recolha de dados será mediada não só pela presença ou ausência literal do investigador, mas também, de maneiras provavelmente complexas, pel sua presença também virtual. Novos métodos de pesquisa e novas fontes de dados abrem novas saídas metodológicas e encorajam a revisitação das antigas.”

Como diz uma conhecida personagem de Sir Arthur Conan Doyle:

«I can never bring you to realize the importance of sleeves, the suggestiveness of thumbnails, or the great issues that may hang from a bootlace.»

Sherlock Holmes to Watson ("A Case of Identity")

Plano de Acção

A elaboração do plano de acção consiste em definir com precisão quem são os actores ou as unidades de intervenção; como se relacionam os actores e as instituições: convergência, tensões; quem toma as decisões; quais são os objectivos (ou metas) tangíveis da acção e os critérios de sua avaliação; como dar continuidade à acção, apesar das dificuldades; como assegurar a participação da população e incorporar as suas sugestões; como controlar o conjunto do processo e avaliar os resultados. Neste estudo, assentaremos o nosso plano de acção na escolha das estratégias metodológicas de pesquisa. Como foi já foi dito, é necessário lembrar que múltiplas escolhas podem ser feitas e em alguns casos, dependendo da investigação, devem mesmo ser feitas para que se proporcione uma aproximação mais adequada ou abrangente ao tema a ser estudo. Podem ser consideradas estratégias de investigação como estudos de caso, observações participantes, investigações documentais, entrevistas formais ou não formais, breves ou em profundidade, dirigidas, semi-dirigidas, ou abertas, as histórias de vida ou outras formas de estudo biográficos como os biogramas, os grupos de discussão, grupos focais ou estratégias afins, observações planeadas de diferentes formas, conforme os objectivos da investigação.

Cronograma

Todo o projecto de pesquisa deve ter, a priori, um escalonamento no tempo, ou calendarização de todas as fases e tarefas da pesquisa a ser desenvolvida. Sugere-se o quadro abaixo apenas como modelo potencial à nossa pesquisa:

MESES

ETAPAS DA PESQUISA: 1 2 3 4 5 6 7 8

Pesquisa bibliográfica X X X
Recolha e análise de dados X X X
Metodologia X X
Elaboração do Trabalho X X X
Revisão gramatical e ortográfica X
Relatório final X X
Obs.: Dependendo do projecto, poderão ser incluídas outras etapas. As durações das etapas não deverão necessariamente as exemplificadas neste modelo.

Custos

Nesta secção devemos definir o âmbito e os limites do problema. Quase sempre, a este deparam-se algumas limitações prácticas que podem estar relacionadas com falta de tempo, recursos, pessoal ou outros. Quando estes factores são identificados, devem ser assumidos como limitações do estudo e descritos de forma natural e desassombrada. O investigador deve delinear claramente o universo no qual as conclusões que retira são aplicáveis, nomeadamente em termos de tempo, área geográfica, características dos indivíduos (idade, nível e campo profissional, etc.), materiais e conteúdo temático. À partida, neste breve projecto de pesquisa podemos adiantar que a investigação terá um elevado custo em termos de carga horária, envolverá muitas deslocações a vários pontos do concelho de Lisboa, com inerentes despesas de deslocação e alimentação. A par destes, teremos de contar com os custos logísticos da pesquisa. Respondendo à questão, o orçamento distribui os gastos por vários itens, que devem necessariamente ser separados. Inclui: a) pessoal – do coordenador aos pesquisadores de campo, todos os elementos devem ter registados os seus ganhos, quer globais, mensais, semanais ou por hora/actividade; b) material, subdivididos em: b.1) elementos consumidos no processo de realização da pesquisa, como papel, canetas, lápis, cartões ou plaquetas de identificação dos pesquisadores de campo, encadernação etc.; b.2) elementos permanentes, cuja posse pode retornar à entidade financiadora, ou serem alugados, computadores, câmaras de filmar, gravadores de som, etc.

Campo de Observação

Uma pesquisa pode abranger uma comunidade geograficamente concentrada ou espalhada. Neste caso, só actuaremos na área Metropolitana de Lisboa.

Amostragem e Representatividade Qualitativa

A questão da amostragem e da representatividade é um factor discutível: alguns excluem a pesquisa por amostra; outros recomendam o uso de amostragem; e uma terceira posição defende ainda a valorização de critérios de representatividade qualitativa. É importante realizar observações suficientes dos indivíduos certos, nos locais certos para se obter um quadro representativo. É igualmente importante não fazer mais observações do que o necessário para se reduzir o custo em termos de tempo, energia e dinheiro referente à recolha de dados. A amostragem ajuda a obter resultados úteis das observações estruturadas a um custo mínimo. É necessário resolver três questões principais de amostragem para o uso de observações estruturadas: a selecção de método apropriado de amostragem, definição de um nível adequado de selecção e decisão sobre o tamanho da amostra. Normalmente isto requer a assessoria de um técnico de estatístca; a seguir apresenta-se uma breve análise. Neste estudo iremos partir dos indivíduos de ambos os sexos que sejam membros das associações de imigrantes e aos portugueses em geral, efectuando uma amostragem aleatória simples mas separada por grupos, onde todos os elementos da população possuem igual oportunidade de serem seleccionados. Quando já se tiverem identificado os procedimentos de amostragem e os níveis de selecção poder-se-á tomar uma decisão em relação ao tamanho da amostra. Não é fácil decidir sobre o tamanho da nossa amostra. Se pretendemos aproximar-nos de uma amostra com um tamanho verdadeiramente representativo, teremos que aplicar cálculos estatísticos, sendo necessário para tal o apoio de um técnico de estatística. Uma regra básica sobre o tamanho das amostras diz que é necessário um mínimo de trinta unidades para fornecer uma base suficiente para as análises mais simples. Em geral, se o tamanho da população total for conhecido, é razoável elaborar uma amostra de 10 a 20 por cento, tomando em consideração o objectivo do estudo, a população total, a variação dos grupos populacionais, bem como o procedimento de amostragem aplicado.

Recolha de dados

A recolha de dados será efectuada por equipas de observação e pesquisadores. As principais técnicas utilizadas serão as entrevistas colectivas ou individuais, questionários convencionais, estudo de arquivos ou jornais, entre outras. Serão formados diversos grupos de observação mediante um treinamento prévio específico do pessoal. Todas as informações recolhidas pelas diversas equipas de observação e pesquisadores de campo serão transferidas ao coordenador geral, onde serão discutidas, analisadas e interpretadas.

Análise dos resultados

Na introdução deste novo capítulo deve ser novamente definido o problema. O âmbito do estudo deve também ser resumido, incluindo o número de sujeitos da amostra e os instrumentos utilizados para recolher os dados. Pode também ser apropriado fazer uma breve explicação dos procedimentos utilizados para recolher, agrupar e analisar os dados. Deve referir-se o grau de confiança escolhido para os valores estatísticamente significativos. Tal como nos outros capítulos, deve dar-se ao leitor uma ideia da organização seguida através dos subtítulos que serão objecto de análise. De início deve explicar-se a organização ou sequência pela qual os resultados serão apresentados. Será então necessário explicar cada resultado estatístico em termos do seu grau de significância ou indicar que não é significativo, se for esse o caso. Deve referir-se a informação estatística que é importante e apropriada para o leitor (médias, desvios-padrão, resultados de testes “post hoc”, correlações, etc.), indicando sempre os quadros em causa. Principalmente, é importante referir no texto os valores das diferentes provas estatísticas acompanhadas das respectivas margens de erro. Em suma, cada resultado será apresentado numa tabela que inclui um resumo da informação estatística de cada cálculo efectuado, quais as hipóteses estatísticas enunciadas; como os dados obtidos serão codificados; que tabelas serão feitas; que provas estatísticas serão utilizadas para verificar as hipóteses; em que nível de significância; e a previsão sobre a interpretação dos dados.

Conclusões

Sob este cabeçalho devemos apresentar o enquadramento do problema. A revisão deve ser estruturada segundo grandes ideias e temas, e não como uma desordenada compilação da investigação já dedicada ao problema em causa. Não devemos estar demasiado limitados ao próprio problema. Devemos antes considerá-lo de uma forma abrangente, relacionando-o com outros campos de estudo. Todas as fontes devem ser documentadas de forma completa. A revisão da literatura deve incluir os estudos mais recentes sobre o problema, permitindo assim uma base lógica e actual para os pressupostos e hipóteses. A partir do momento que iniciarmos o trabalho na biblioteca, é importante determinar tão cedo quanto possível as áreas gerais que a revisão vai incluir. Isto fornecerá uma linha orientadora para melhor enquadrar os estudos que revemos no contexto do próprio problema. Esta linha orientadora pode naturalmente ser expandida ou limitada à medida que a revisão se desenvolve. Devemos revelar ao leitor a orientação seguida no trabalho e eventualmente a razão para essa organização e não outra. Um breve resumo da revisão da literatura deve ser incluído criando ao leitor a expectativa dos temas que serão versados. Naturalmente, não podemos chegar ainda a qualquer conclusão acerca da temática que este projecto de pesquisa procura estudar, sem a recolha e análise dos dados. No entanto, poderemos comparar expectativas e pressupostos pessoais acerca das conclusões que esperávamos ter, e as obtidas realmente.

Bibliografia

Deve conter a bibliografia utilizada – e devidamente citada no decorrer do projecto – referente ao assunto de pesquisa. Somente as obras citadas ou mencionadas explicitamente no texto do projecto podem ser citadas como referências bibliográficas. Todas as fontes mencionadas ao longo do projecto devem ser listadas por ordem alfabética. Aqui iremos apresentar apenas algumas referências de literatura que abordam determinados assuntos que este projecto de pesquisa procura investigar, bem como as fontes que nos ajudaram na realização deste trabalho académico.

CASTRO D’AIRE, Teresa.: O Racismo. Temas da actualidade S.A. Lisboa, 1996.

FENTON, Steve.: Etnicidade. Colecção epistemologia e sociedade. Instituto Piaget, 2003.

FROST e HOEBEL, Everett L. E. Adamson.: Antropologia Cultural e Social. Editora Cultrix, São Paulo, 1978.

MOREIRA, C. D.: Identidade e diferença: os desafios do pluralismo cultural. Lisboa: ISCSP, 1996.

VERMEULEN, Hans e Govers, Cora.: Antropologia da etnicidade, Lisboa. Fim de século, 1994.

POUTIGNAT, Philippe e Streiff-Fenart, Jocelyne.: Teorias da etnicidade: seguido de Grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Bart, S. Paulo.: Unesp (FEU), 1997.

HARGREAVES, A.: Immigration, race and ethnicity. London: Routledge. 1999.

SIMMEL, Georg.: Soziologie. Untersuchungen über die Formen der Vergesellsschaftung (Sociologia. Estudos sobre as formas de sociação). Berlim, Duncker e Humblot Editores, 1908.

TITIEV, Mischa.: Introdução à Antropologia Cultural. Serviço de educação e bolsas, Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa, 1969.
__________________________

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1999.

BEAUD, Michel. Arte da tese. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.

ECO, Humberto. Como se faz uma tese. 14ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

GALLIANO, Guilherme A. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1979.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. 3º ed. São Paulo: Atlas, 1996.

Hipólito, João. Colette Campiche, Josette C. Hippolyte.: A comunidade como centro. Serviço de educação da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 1992.

ISKANDAR, Jamil Ibrahim. Normas da ABNT comentadas para trabalhos científicos. Curitiba: Champagnat,2000.

LACATOS, Eva Maria. & MARCONE, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 2º
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LEE, Raymond M.: Métodos não interferentes em pesquisa social. Trajectos, edições Gradiva, Lisboa, 2003

LESSAR-HERBERT, M. et al. Investigação Qualitativa: fundamentos e prácticas. Lisboa: Instituto Piaget.

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OLIVEIRA, Silvio Luiz. Tratado de metodologia científica: Projetos de pesquisas, TGI,
TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 1997.
QUIVY, Raymond.: Manual de Investigação em Ciências Sociais, Gradiva Publicações Lda, Lisboa, 1998
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 2000.

Anexos

No caso de possuirmos outro material relacionado, tal como resultados de um estudo piloto ou exemplares de instrumentos usados como questionários ou inventários, estes deve ser incluídos nesta secção final, tal como qualquer informação ou dados não referidos em detalhe ao longo do corpo principal do estudo mas que sirvam como referência útil para o leitor.

Glossário

Associações – Grupos sociais voluntariamente formados ou para onde se entra com um fim determinado. Nas sociedades primitivas elas equilibram, normalmente, grupos de indivíduos ligados uns aos outros por laços involuntários.

Configurações culturais – Os padrões em que parecem inserir-se as formas de vida obrigatórias e repetitivas de cada sociedade. Todas as partes de tais padrões estão cuidadosamente ligadas em conjunto.

Consciência social – O reconhecimento por parte de cada indivíduo dos valores culturais que existem na sua sociedade ou na sua cultura.

Dinâmica cultural – O estudo de forças interactuantes e em mutação, que por vezes estão em conflito e que um padrão de cultura tem de manter em equilíbrio em ordem a preservar o seu equilíbrio e a evitar que ele próprio se desintegre.

Estrutura social – Modos como os grupos e os indivíduos estão organizados e relacionados uns com os outros.

Interiorização de valores – O processo pelo qual se presume que se adquire os valores culturais de uma sociedade.

Observação participante – Uma técnica largamente utilizada pelos antropólogos culturais para a recolha de dados no campo. Em regra ela significa dque um observador masculino participa nas actividades dos homens que está a estudar e que um pesquisador de campo feminino partilha a vida das mulheres.

Papel – A forma específica de viver ou de se comportar que os membros de uma sociedade esperam ver em pessoas que detêm uma determinada posição social. Algumas vezes é encarada como constituindo o aspecto dinâmico de uma posição social.

Racismo – Doutrina que sustenta uma superioridade intrínseca de uma raça sobre outras.

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